II.
Preenchida está a carruagem,
Sem lugar para a extensão sobreviver,
Num misto intenso e berrante
De cores espalhadas e misturadas
Em tela nova –
A viagem continua
Pelos meandros da escuridão
E das luzes estranhas
Que enfeitam cada paragem.
Os passageiros de todos os momentos,
Aninhados a nem sei bem o quê,
Pesando um silêncio que se impõe
Por entre tímidos murmúrios,
Parecem finalmente unir-se
Num ambiente próspero a confissões,
Como uma família distante –
Ainda que estranha e obscura –
Que partilha um reencontro.
Fantásticas são as obras
Operadas pelos espaços restritos!
Então, todo um chorrilho de emoções
Flúi pelos corredores apertados
E em rostos com expressões
Tão diferentes e únicas:
Uns, sorriem na inocência,
Outros, por vergonha,
Impelem como podem
O derramar de lágrimas
Ansiosas por eclodir
E outros ainda se mantêm
Em sua natural condição
De simplesmente estar,
Serenos em si, mas com uma
Fadiga expressa no olhar.
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