quinta-feira, 9 de maio de 2019

MEDITAÇÕES LVI


Nenhuma palavra importa,
mesmo estas que acabas de ler.

Se foram canteiros donde brotaram
flores, ao alto erguendo-se
no contar dos dias, tal apenas se deu
para que se lhes seguisses a direcção.


Quem sabe o que poderias lembrar
firmando a linha do gesto?

Ou, se profundo foi o teu olhar,
talvez em cada uma visses
uma mão gentil apontando
ao mais íntimo âmago de ti.

Mas sobre as palavras, as palavras
como coisa em si, nenhuma importa.
Somente o silêncio que nasce
naquele que atento as escuta.









(Fonte: vivianeferreira.com)