segunda-feira, 24 de agosto de 2015

MEDITAÇÕES XXII



Noite estrelada.

Como cintilam
as pequenas centelhas de luz!

Chegam as nuvens.
E as estrelas cessam ao olhar
o brilho que tanto o encantava.

Oculta-se o que sempre cintilou.
Ainda cintilará,
por mais que à densidade
os olhos se habituem?

Passam as nuvens, enfim.
E as estrelas de novo cintilam
sobre o prado que as contempla.

São as nuvens
quem julgas que és.

São as estrelas
quem sempre foste.



PBC.






(Fonte: nationalgeographic.com)

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

MEDITAÇÕES XXI


É animal voraz
e o Homem assim o nomeou:
desejo.

Por mais que a sua fome
seja satisfeita,
mais insaciável se revela.

Como lhe por um termo?

O desejo é filho
da ilusão do Homem.
Para viver, necessita de tempo.
E tempo, além de fantasia,
é encarceramento.


O tempo comporta duas margens.
Se uma se inundar,
a outra logo desaparecerá.


Quando tomba a cortina,
o que sobra?
A verdade plena.

Mãe do silêncio,
em seu seio só se embala
uma quietude profunda.



PBC.






(Fonte: ravenessences.com)