quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

MEDITAÇÕES XXVIII



Assemelha-se a algo vivo,
tal o seu forte pulsar.

Um acumulado de memórias,
acervo de experiência procurada:
um sopro de ilusão e assim
vida se conferiu à identidade
real aos olhos de quem dorme.

No âmago na nuvem,
uma escadaria descendente
anuncia-se – trilhá-la
é o desafio supremo e final.

Até esse instante lúcido,
quantas querelas não fomentará
a sombra que anseia ser luz?
Quantas contendas instigará
esse algo que só anseia ser
aquilo que em verdade não é?

O esquecimento prolonga-lhe a vida.
Todos os frutos do logro
lhe servem de proveitoso alimento.

Porém, cada passo pelo Homem dado
o guiará de volta à soleira
da casa donde partiu um dia.





PBC.








(Fonte: ncmh.info)

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