quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Se as estrelas conseguissem conjugar

Se as estrelas conseguissem conjugar
As mais doutas palavras de pasmar,
Com exclamativa declaração
Adornavam a sua observação
Dos pequenos seres!

Aquele estranho e peculiar grupo, então,
Que como desordenadas formigas
Trilha um rumo tão estranhamente incerto,
Seria a maior presa de seus perplexos
Comentários e julgamentos!

Pois, eles, tão embrenhados em pensamentos
Que se suspeitam serem vagos,
Fogem de um Mal anónimo,
Lutando e coleccionando objectivos
Sem entenderem bem o motivo
Ou a validez de tal razão.

Eles, que se dizem Homens,
Consideram-se todos proprietários
Da mística Verdade Universal
E da certeza de todos os impulsos;
Mas, bem no seu âmago,
E a todos sem exclusão,
Pulsa uma negra sombra
Que ameaça cada frágil pilar
De seus fúteis empreendimentos.

Esse Medo, eterno arqui-inimigo,
Presença persistente e inapagável,
Segue todos os seus movimentos,
Aguardando pelo instante certo
Para realizar a sua investida.

Talvez por isso,
Numa certa – porém abafada – intuição,
Céleres caminhem pelos trilhos cruzados,
Escapando ao terror dos tentáculos
De tão temível adversário.
Mas em cada pedra reside o impulso
Forte o suficiente para derrubá-la,
Ainda que todos se julguem vítimas
De exclusiva bênção maldita –
O admirável sentir.

Felizes aqueles que vivem elevados!
Ainda que tamanha seja a tarefa
Que ardilosa flameja em suas mãos…

Homem,
És tão imensamente superior
À imagem de ti mesmo constróis;
Olha em frente!
Pois é esse o primordial passo
Para se comungar com o horizonte
Que te guiará através dos longos
Caminhos da conjunta evolução.


(12/05/2010).

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