Retorna ao que és.
Tanto tempo vagueaste
por ruas e vielas enlameadas,
com o infortúnio da fome e da sede
pesando num coração tingido
– sem descobrir que sempre
tiveste cheio o alforge.
Tanto corpo gasto em fantasia,
na loucura do erro elementar
– e mesmo assim, por graça
duma sabedoria maior,
a semente da verdade não deixou
de abrir fendas em sua cápsula.
Serena o passo, a caminhada
já se estende além-memória.
Escuta o tambor do peito
lançando ritmos e estações,
deixa o silêncio crescer em ti.
Por tantas horas o espectáculo
das imagens e das sensações
teve o seu lugar de destaque.
Tão doce veneno injectado
em inocentes projecções,
tão colorido engodo de tolos!
Ainda assim, como saber a verdade
sem primeiro conhecer a mentira?
Repara: todo o brilho que emitia
da tua atenção se alimentou.
Larga tudo o que pesa,
abre os olhos ao que é.
No louco rodopio do mundo,
descobre o que permanece
e aí ergue a tua cabana.
O primeiro passo é agora,
o primeiro gesto é teu.
Quem se confunde com o corpo
só conhece sofrimento;
quem repousa no coração
sorri, sereno e livre,
no êxtase feliz do verdadeiro lar.
por ruas e vielas enlameadas,
com o infortúnio da fome e da sede
pesando num coração tingido
– sem descobrir que sempre
tiveste cheio o alforge.
Tanto corpo gasto em fantasia,
na loucura do erro elementar
– e mesmo assim, por graça
duma sabedoria maior,
a semente da verdade não deixou
de abrir fendas em sua cápsula.
Serena o passo, a caminhada
já se estende além-memória.
Escuta o tambor do peito
lançando ritmos e estações,
deixa o silêncio crescer em ti.
Por tantas horas o espectáculo
das imagens e das sensações
teve o seu lugar de destaque.
Tão doce veneno injectado
em inocentes projecções,
tão colorido engodo de tolos!
Ainda assim, como saber a verdade
sem primeiro conhecer a mentira?
Repara: todo o brilho que emitia
da tua atenção se alimentou.
Larga tudo o que pesa,
abre os olhos ao que é.
No louco rodopio do mundo,
descobre o que permanece
e aí ergue a tua cabana.
O primeiro passo é agora,
o primeiro gesto é teu.
Quem se confunde com o corpo
só conhece sofrimento;
quem repousa no coração
sorri, sereno e livre,
no êxtase feliz do verdadeiro lar.