São como falsas estrelas,
as não-verdades:
iludem o olhar ensonado
com a sedução do seu brilho
e em erro são tomadas
pelo sol que nunca foram.
Feliz quem se liberta
das amarras do sono!
Não tomes por diamante
o que sempre foi frágil vidro.
Observa com o ardor dos amantes,
com a diligência do sequioso
consumindo-se por liberdade
– e verás como tal brilho
é acendido pela mão do Homem.
Então o fogo maior atear-se-á,
diante do qual nenhuma falsa luz
sustentará o seu tosco fulgir.
No que sobrar do grande incêndio
terás a verdade.
Lembra: a realidade última
é céu nunca visto.
Como podem dois olhos
observarem-se a si mesmos?