Só ao cajado recorre
o ser que se julga incapaz
de caminhar pelo próprio pé.
E por assim julgar, impede
que um rio o conduza aos braços
do oceano que a si o chama.
Por muito tempo, demasiado tempo,
assim tem acontecido. Tanto,
que cajado e mão tornaram-se
no Homem ramo duma só árvore.
Aquele que decepa o supérfluo,
apronta-se a receber a dádiva
que nenhuma mente idealiza.
No término da noite longa,
logo tudo se clareia: o apoio
somente era sólido obstáculo.
(Foto de: pixabay.com)